tag:blogger.com,1999:blog-88398667054360441862024-02-19T03:52:52.371-03:00Blog do Senna - Turfe BrasileiroSilvio Sennahttp://www.blogger.com/profile/09904277543018637219noreply@blogger.comBlogger32125tag:blogger.com,1999:blog-8839866705436044186.post-7800500366719524542013-07-21T09:10:00.001-03:002013-07-21T09:10:32.226-03:00O jornalista Silvio Senna faleceu Caros amigos do Blog do Senna, o jornalista Silvio Senna faleceu na madrugada deste domingo, 21 de julho de 2013. Depois de alguns dias na UTI por conta de uma cirurgia, não resistiu e deixou a esposa Maria Bela Wodianer Sena, seis filhos, quinze netos e nove bisnetos. Teve dois grandes amores na vida, a família e o Turfe.Dal Marcondeshttp://www.blogger.com/profile/00164134456191731116noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8839866705436044186.post-9882132085818595282013-07-09T17:32:00.003-03:002013-07-09T17:32:59.861-03:00<h2>
<br /><span style="color: blue; font-family: Verdana, sans-serif;">Devido a uma cirurgia de emergência, passarei alguns dias sem postar sugestões. Volto a este espaço tão logo me seja possível.</span></h2>
Silvio Sennahttp://www.blogger.com/profile/09904277543018637219noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8839866705436044186.post-7150513231349215952013-05-15T16:25:00.003-03:002013-05-15T16:27:35.825-03:00<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Glória
e drama</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A Copa, eis um filme para figurar no mesmo patamar de
Sibiscuit e Secretariat. Quem não o viu ainda, que vá ao You Tube. A película
retrata os bastidores da memorável Melbourne Cup de 2002, vencida por Mídia
Puzzle, um temperamental craque irlandês, sob a monta de Damien Oliver,
lendário jóquei australiano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Muito emocionante ver o prado tomado por 100 mil
pessoas e o galope de saúde do belo alazão sobre vinte e tantos
concorrentes, inclusive Vinnie Roe, vencedor do St. Leger, e Pugin, dos árabes
da Goldophin, montado pelo não menos lendário L. Dattori.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">E também muito tocante o drama familiar de Damien, cujo
pai e irmão mais velho, também jóqueis, morreram em trágicos acidentes de
pista.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Só falta ao filme uma referência a outro drama sofrido
por Damien, em 2011, quando foi formalmente acusado e condenado por ter
apostado alta quantia em um concorrente inscrito em páreo em que ele montava o
favorito.<o:p></o:p></span></div>
Silvio Sennahttp://www.blogger.com/profile/09904277543018637219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8839866705436044186.post-11269678605279019402012-11-27T12:31:00.000-02:002012-11-27T12:31:18.241-02:00<br />
<br />
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Clarividência
e sensatez<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: "Verdana","sans-serif";">A anterior direção do Jockey Clube
de São Paulo não soube garantir a presença de Alessandro Arcangeli à frente de
sua Comissão de Corridas. Por divergências incontornáveis, Arcangeli
demitiu-se, sem, contudo, se afastar do universo turfístico. Uma pena que isso
tenha ocorrido, pois Alessandro é um dos poucos com capacidade para contribuir
positivamente para que o turfe brasileiro seja outra vez uma atividade
lucrativa. <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: "Verdana","sans-serif";">A dimensão de sua importância pode
ser aferida em uma longa entrevista concedida ao Jornal do Turfe e, em boa
hora, publicada pelo Marcos Rizzon. Ali
estão estabelecidas, com extrema lucidez, as bases de um modelo de gestão capaz
de tirar a entidade desse abismo em que se meteu por vaidade e incompetência de
antigos e atuais dirigentes. Todo aquele
que ama o turfe não pode se furtar de acompanhar um dos mais precisos diagnósticos
sobre como devam ser geridas as entidades que exploram corridas de cavalo.<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Queiram os fados que, em algum
momento, sua clarividência e sensatez venham a impregnar a mentalidade dos
responsáveis pelos destinos do turfe brasileiro. Suas ideias são uma luz no fim
do túnel.<o:p></o:p></span></b></div>
Silvio Sennahttp://www.blogger.com/profile/09904277543018637219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8839866705436044186.post-17751706391204637752012-11-02T11:27:00.000-02:002012-11-02T13:53:28.307-02:00<br />
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Réquiem <o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b><br /></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>Triste
semana esta que marca a última edição do Jornal da Tarde, publicação que deixa
marcas indeléveis para leitores e jornalistas, especialmente para mim, que fiz parte
da equipe que imaginou e pôs em pratica uma maneira inovadora e singular de paginar
e escrever um diário, nos tumultuados idos de 1967.<o:p></o:p></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b><br /></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>Por mais de
um ano, até que me transferi para a Veja, em 1968, tive o privilégio de
pertencer a uma família de notáveis da imprensa, capitaneados pelo Mino Carta . Ainda estão vivos em minha memória
os caóticos fechamentos de cada edição, em tardias madrugadas, que levavam à
loucura os vetustos “velhinhos” do Estadão, obrigados geograficamente a uma
convivência desconfortável com a tropa irreverente que o Mino juntou por aí,
especialmente nas Minas Gerais.<o:p></o:p></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b><br /></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>Para além da
tristeza, porém, fica a gratificação por eu ter sido ator e testemunha de algo
que dividiu a história da imprensa escrita diária em antes e depois do Jornal
da Tarde. E a certeza de que não teria sido o jornalista que sou sem a convivência
profícua com tantos ícones da profissão, que o acaso juntou em um certo prédio
da Major Quedinho.<o:p></o:p></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b><br /></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>Adeus, imorredouro JT.</b></span><o:p></o:p></span></div>
Silvio Sennahttp://www.blogger.com/profile/09904277543018637219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8839866705436044186.post-30940113914331564082011-07-19T11:39:00.004-03:002012-06-07T15:51:22.188-03:00<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>Um petiço brasileiro e o leão americano</b></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Nada como ouvir histórias de turfistas notáveis. Como as do dublê de ator e proprietário de cavalos Lima Duarte. Noite destas, tive o privilégio de passar uma boa hora conversando com ele e seu fiel escudeiro, Kazuo. Entre um gole e outro de vinho de boa safra, Lima contou algumas histórias. Repasso uma delas, nas palavras do próprio:</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg46YrNb2YBV1qyc0Dr8sBjH1IgQgB30tYS518_ugNWhgV-49CblH4Zb9zWs467KsyzG-JYZYMZUAkZ9mnYJQOiR5fyVkRvgmKXfKHXgI7DrXXYQezJTdjiry9vpPiPa7o0FvsRGNggPQ4/s1600/lima-duarte.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg46YrNb2YBV1qyc0Dr8sBjH1IgQgB30tYS518_ugNWhgV-49CblH4Zb9zWs467KsyzG-JYZYMZUAkZ9mnYJQOiR5fyVkRvgmKXfKHXgI7DrXXYQezJTdjiry9vpPiPa7o0FvsRGNggPQ4/s200/lima-duarte.jpg" width="165" /></a></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">“Fins da década de 70. Eu, Paulo Gracindo e alguns integrantes do elenco do seriado O Bem Amado viajamos para Nova York, onde seriam gravadas algumas cenas. Como todo bom turfista, não perdi tempo e a primeira coisa que fiz foi consultar páginas turfísticas de jornais locais para ver em que prados haveria corridas naqueles dias. Me chamou a atenção a inscrição de um cavalo brasileiro, cujo nome já não me lembro, que iria correr em Meadowsland, prado próximo de Nova York. Claro que eu não podia faltar ao meeting. O bicho era azarão, pessimamente cotado. Joguei uns poucos dólares e fui para as tribunas, certo de que tinha jogado dinheiro pela janela. Mas, lá pelo meio da reta, desponta o petiço com ação avassaladora e cruza o disco com boa vantagem sobre o segundo colocado, outro azarão. Meus gritos histéricos chamaram a atenção de todos, especialmente de dois seguranças com cara de poucos amigos. Minha histeria, no entanto, tinha bons motivos: a vitória me rendera 3 mil dólares.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"></span><br />
<a name='more'></a><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Confirmado o resultado, fui para o guichê para cobrar o santo e inesperado dinheirinho. Só que o pagador me pagou apenas 2.600, alegando que o resto era a parte do imposto de renda. Argumentei ser brasileiro, portanto, não sujeito a esse tipo de cobrança, mas o homem não se deu por vencido. Derrotado, restou-me um último recurso: que ele fizesse constar no verso das pules que eu pagava sob protesto. De Nova York, fomos para Washington, onde o “prefeito Paraguaçu”, devidamente escoltado pelo “Zeca Diabo”, queria entregar ao presidente americano um coco cheio da melhor cachaça de Arapiraca.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Uns seis meses depois, recebo uma carta do consulado americano de São Paulo me convidando para uma entrevista. Pensei no pior: eles vão me cassar o visto, só pode ser isso. Mas o funcionário me passou um cheque de 400 dólares, explicando que o protesto tinha sido acolhido pelo “leão”deles. “Na verdade, estrangeiros em visita ao país não estão sujeitos a pagamentos desse tipo”, explicou o cara, meio envergonhado.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">“País organizado é outra coisa, né não?”, arremata Lima Duarte, com gestual, voz e sotaque do Zeca Diabo.</span>Silvio Sennahttp://www.blogger.com/profile/09904277543018637219noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8839866705436044186.post-2150469557887421152011-03-15T10:25:00.000-03:002012-06-07T15:33:43.522-03:00<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>Tendão de Aquiles</b></span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Em meu giro diário pela Internet, topei com um texto produzido por Mônica Pileggi de muito interesse para todos os que se relacionam com cavalos-atletas, especialmente os PSI. Eis aqui a sua íntegra:</i></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Por Mônica Pileggi</i></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><br /></i></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Agência FAPESP – Uma técnica alternativa de cultivo de células-tronco mesenquimais, desenvolvida por médicos veterinários da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu (SP), pode ser a solução para o complexo problema da tendinite em cavalos atletas.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Publicado no periódico Journal of Equine Veterinary Science, o estudo, coordenado pela professora Ana Liz Garcia Alves, teve início no mestrado de Armando de Mattos Carvalho e contou com o apoio da FAPESP. A técnica envolve a retirada de células progenitoras derivadas do tecido adiposo de uma região próxima à base da cauda, para depois implantá-las no próprio animal de modo a se obter a regeneração do tecido lesionado.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"></span><br />
<a name='more'></a><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Assim como o ser humano, os equinos que participam de competições sofrem lesões nos músculos, com a inflamação no tendão sendo um dos problemas mais comuns. Causada pelo esforço repetitivo exigido nos membros do animal, a lesão pode causar o término precoce da carreira atlética do animal. “Existem diversas terapias para tratamento, mas até hoje nenhuma delas mostrou ser plenamente eficiente”, disse Carvalho à Agência FAPESP.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O tendão do músculo flexor digital superficial, localizado na região do metacarpo do cavalo, é considerado um dos mais importantes e é onde ocorre a maior parte das inflamações.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Para extrair as células-tronco da gordura retirada do cavalo é necessário realizar um procedimento conhecido por digestão enzimática. Nele, uma solução de colagenase é adicionada ao tecido adiposo que faz com que toda a matriz extracelular seja digerida liberando vários tipos celulares, dentre os quais as células progenitoras.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">“Após esse processo, essas células são cultivadas e, como as células-tronco mesenquimais têm como característica aderência ao plástico, essas são isoladas das demais. Após dez dias de cultivo, já é possível a obtenção de 10 milhões a 20 milhões de células-tronco e elas estão prontas para o implante no animal”, explicou.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Para o estudo foram selecionados cavalos saudáveis. A lesão nos animais foi causada propositalmente com a injeção de colagenase, que danificou o tecido desejado – no caso, o tendão do músculo flexor digital superficial.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Em seguida, um grupo de cavalos recebeu o implante de células-tronco no local da lesão e outro não. “Ao longo de cinco meses os animais passaram por sessões de fisioterapia e acompanhamento da lesão por ultrassonografia e análises clínicas”, explicou Carvalho.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ao fim do período, foi realizada biópsia para posterior exame histopatológico e imuno-histoquímico por microscopia para avaliar a reparação do tecido lesionado.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">“Comparamos os animais com implante tratados com aqueles que não haviam sido tratados e observamos que o tendão tratado com células-tronco estava mais organizado, isto é, suas fibras estavam mais paralelas”, disse.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Biologia molecular</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Impulsionado pelos resultados positivos do mestrado, Carvalho continua com o tema em sua pesquisa no doutorado "Implante de células-tronco mesenquimais autólogas, associadas ao plasma rico em plaquetas em tendinites experimentais de equinos", também com o apoio da FAPESP.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Na nova etapa, a novidade está na inclusão da biologia molecular para a avaliação da reparação tecidual. “Selecionaremos alguns genes que estão normalmente presentes em tendões saudáveis dos animais para sua medição e faremos a comparação da quantia desses genes presentes em tendões lesados tratados e não tratados com as células-tronco”, apontou.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">No novo estudo, Carvalho trabalha o implante de células-tronco associadas ao plasma rico em plaquetas (PRP), que assim como as células progenitoras também tem potencial para estimular a cicatrização e a atividade regenerativa.</span>Silvio Sennahttp://www.blogger.com/profile/09904277543018637219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8839866705436044186.post-47218280777445770432009-08-04T09:54:00.001-03:002009-08-04T09:56:54.103-03:00Descaso<br /><br />Acabo de ler e me emocionar com a crônica do Milton Lodi para o Jornal do Turfe, em que o titular do Haras Ipiranga traça um breve perfil humano e profissional de meu sogro, o Capitão Bela Wodianer (1889/1965). <br /><br />Figura emblemática do turfe nacional por quase quatro décadas, o Capitão Bela deixou marcas indeléveis de seu saber em haras, centros de fomento, registro de animais ou exposições. Muitos haras, ainda hoje, beneficiam-se de suas escolhas de matrizes e garanhões, baseadas quase sempre na amizade que matinha, por correspondência, com ícones da criação mundial, Ali Khan, por exemplo. O Stud Book Brasileiro também deve muito à experiência internacional do Capitão no que diz respeito a uma identificação de animais minimamente confiável.<br /><br />As palavras do Lodi me fizeram formular pela enésima vez a pergunta: por que razão um dos dois principais clubes de corridas do país ainda não programou uma mísera prova especial em homenagem ao homem que tanto contribuiu para a caminhada da criação nacional rumo à excelência? E a resposta que me dou é recorrente: puro descaso. <br /><br />O próprio Lodi, talvez a pessoa que mais conviveu com Bela Wodianer no âmbito do turfe, bem que poderia se valer de sua experiência como ex-dirigente de ambos os clubes para conseguir que a injustiça seja reparada.Silvio Sennahttp://www.blogger.com/profile/09904277543018637219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8839866705436044186.post-26507038367481611732008-11-05T11:51:00.001-02:002012-06-07T15:49:51.384-03:00<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span><b><span style="line-height: 115%;">Mico indigesto<o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;">Desde que chegou a Porto Alegre para ser aprendiz de jóquei, Odinei Serrão é a escolha natural dos colegas para gozações. Muito provavelmente por causa de sua personalidade jovial e afável, capaz de absorver qualquer tipo de brincadeira. E também por influência, talvez, de sua cabeleira ruiva, cor de fogo. Nesses muitos anos de amizade com Foguinho, nunca o vi perder a tramontana por causa de uma gozação, ainda que de mau gosto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhB7r2I_wbNWczFnSC4MPRux3Y77b87c38pwqfv0Mpa4f1ZVicZ8EtQEAtOkItxgYqMUDevFs03DVQELkTkpWEwd1g6eYwRZy97cNK8j_ntIA9GOMJGDQV6bsY60tp7zMqYbG5FM-ekfmQ/s1600/egua.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><img border="0" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhB7r2I_wbNWczFnSC4MPRux3Y77b87c38pwqfv0Mpa4f1ZVicZ8EtQEAtOkItxgYqMUDevFs03DVQELkTkpWEwd1g6eYwRZy97cNK8j_ntIA9GOMJGDQV6bsY60tp7zMqYbG5FM-ekfmQ/s200/egua.jpg" width="200" /></span></a><span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"> Parece que, dessa vez, no entanto, meu amigo pagou um mico indigesto. Também , pudera! Ele só foi perceber que a potranca La Jaskie, comprada em leilão por uma penca de amigos ao Haras Nova Vitória, estava grávida só depois de fazê-la <i>aprontar </i>300 metros, a pau. No dia do <i>apronto</i>, alertado pelos colegas de que a filha de Mig estava muito gorda, retrucou: “Que nada, ela está precisando é de serviço”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"> Estava mesmo precisando de pau a La Jaskie, mas não para desatar carreira, e sim para parir. Foi o que ela fez tão logo se livrou do cansaço do <i>apronto. </i>Sem a ajuda de veterinário, deu a luz a um lindo potrinho, em plena cocheira.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"> Agora, a questão é como resolver uma provável pendência legal. La Jaskie volta para o haras de origem? Ou os compradores aproveitam a oportunidade do 2 em 1?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Se eu bem o conheço, Foguinho já está pronto para outra. E provavelmente à procura de algum mico alheio para devolver as gozações.</span><span style="font-size: medium;"><o:p></o:p></span></span></div>Silvio Sennahttp://www.blogger.com/profile/09904277543018637219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8839866705436044186.post-43063330468080001682008-08-05T12:36:00.002-03:002008-08-05T12:38:55.219-03:00<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Tahoma","sans-serif";"><o:p> </o:p></span><br /><span style=""></span><b style=""><span style="font-size: 14pt;">Pavão e seu carma<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><o:p></o:p><span style=""></span><span style="font-size: 14pt;">Pavão, com os seus 130 quilos, é figura carimbada das rodas turfísticas de Porto Alegre e meu amigo de longa data, mas, também, um dos que mais situações inusitadas já viveu relacionadas a uma proverbial falta de sorte em qualquer tipo de jogo. <span style=""> </span>Pinçei uma de sua coleção, contada pelo próprio. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: 14pt;"><o:p> </o:p>“<i style="">Como tu sabes, meu ódio ao Grêmio é tão grande ou até maior que o meu amor pelo Inter. Já nem sei direito o que mais me deixa feliz, se <span style=""> </span>uma vitória do colorado ou uma derrota do tricolor. <o:p></o:p></i></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><i style=""><span style="font-size: 14pt;"><o:p> </o:p>A chamada batalha dos Aflitos, que <span style=""> </span>definiria qual dos dois (Grêmio ou Náutico) <span style=""> </span>voltaria pra a Série A, <span style=""> </span>foi a oportunidade que eu esperava para jogar uma pá-de-cal na tumba daquele clubezinho da Azenha. Por coincidência, a caminho da agência de apostas da Alfredo Bins, dei uma parada na banca do Tatu e percebi que ele estava vendendo foguetes, justamente a matéria-prima de que estava precisando. Comprei o necessário com 20 dos 70 reais que tinha no bolso, guardando os outros 50 para uma aposta com algum incauto ‘inimigo’. Dona Janete, vendedora de pules da agência, ficou encarregada de guardar o embrulho, sem imaginar o que estava dentro. <o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><i style=""><span style="font-size: 14pt;"><o:p> </o:p>Começa o jogo e lá pelas tantas penalty para o Náutico. Esfrego as mãos de contentamento. Mas, não é que o neguinho desperdiça? Quase vou à loucura. Os fados parecem estar a meu favor, penso. Outra penalidade máxima e essa seguida da expulsão de três jogadores do Grêmio. Como escapar disso? Não agüento: antes mesmo da cobrança, procuro dona Janete, pegi a caixa, desço as escadas a galope e faço a festa na calçada, estourando os foguetes. <o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><i style=""><span style="font-size: 14pt;"><span style=""> </span><o:p></o:p>O resultado todos sabem. O Grêmio voltou para a série A, fiquei sem minha rica graninha e ainda tive de agüentar por horas a gozação de uns tantos gremistas ensandecidos. Ás vezes, sonho que estou sendo linchado por torcedores do Náutico, inconformados com a minha capacidade de canalizar tanto azar”.<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><i style=""><span style="font-size: 14pt;"><o:p> </o:p></span></i><span style="font-size: 14pt;">Se você acha que tudo isso serviu de lição ao Pavão, mude de idéia. Não faz muito, fiquei sabendo que “o gordo” perdeu a grana reservada para trifetas e quadrifetas em uma aposta santa, a favor do Coritiba contra o Grêmio.</span></p>Silvio Sennahttp://www.blogger.com/profile/09904277543018637219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8839866705436044186.post-45133840285726913262008-07-02T14:42:00.003-03:002008-07-08T14:57:57.025-03:00Uma aventura em Las Piedras<span style="line-height: 115%;font-size:100%;" >Com uma pasta recheada de dólares, eu e três amigos, lá pelo fim do século passado, decidimos dar uma esticada ao Uruguai, com um duplo objetivo: comprar um bom cavalo para correr os clássicos de Porto Alegre e “sentir” o interesse dos uruguaios por animais brasileiros. O Mercosul ainda engatinhava, mas já existiam normas facilitando a entrada e saída de mercadorias pela fronteira.</span><span style="font-size:100%;"><b style=""><o:p></o:p></b></span> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:100%;" ><span style=""> </span>Um treinador de lá, que já andara pelo Cristal cuidando dos animais do Haras Ferradura, era o nosso contato. Nas muitas conversas com ele e um filho, conhecido por <b style=""><i style="">Loquijo</i></b><i style="">,</i> fomos alertados para uma possibilidade de lucro fácil: <span style=""> </span>já que tínhamos muitos dólares, por que não bancar as corridas<span style=""> </span>de sextas e sábados na vizinha Las Piedras? <span style=""> </span>A vantagem era toda da banca, amparada por um rateio fixo de 3 por 1, diziam pai e filho.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="line-height: 115%;font-size:100%;" >A ambição acabou falando mais alto e lá fomos nós para Las Piedras, a um tiro de canhão de Maroñas. Na sexta, entre mortos e feridos, saímos com um lucro razoável de 1.500 dólares, quantia suficiente para reforçar a impressão de que tínhamos descoberto uma mina de <i style="">verdinhas.</i> No domingo, uma outra história seria escrita, porém: venceram todos os cavalos muito apostados nas bancas, à exceção de um. Como não tínhamos a vantagem de poder <i style="">descarregar</i> parte das apostas em outros banqueiros pelo fato de sermos <i style="">gringos</i> e desconhecidos<i style="">, </i>ficou claro que a <i style="">mina </i><span style=""> </span>vertia água e que os riscos eram bem maiores que os previstos. <span style=""> </span>Feito o balanço final, no entanto, estávamos todos apenas um pouco mais pobres, graças ao único favorito que fracassara.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:100%;" ><span style=""> </span>Aliviados, amanhecemos no domingo já com a idéia fixa de desistir da aventura<i style="">. </i>Aliviados em termos, porque nem bem o dia raiara e já estávamos às voltas com o proprietário do cavalo que não vencera, exigindo o seu dinheiro de volta. Dizia, indignado, que <b style=""><i style="">Loquijo </i></b>induzira um dos seus cavalariços a dopar negativamente o animal. <i style="">“Le aplicaron una dormidera a mi caballo”, </i>não cansava de repetir. Foram muitas as ameaças de parte a parte, até que um dos nossos proferiu uma, definitiva, que espantou o uruguaio: iríamos dar queixa dele na polícia por ameaça de morte. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="line-height: 115%;font-size:100%;" >Resumo da ópera: passamos a tarde inteira de domingo em uma quase deserta delegacia, tentando convencer o plantonista de que éramos vítimas de uma armação. Por sorte, queixas semelhantes já haviam sido feitas contra o mesmo cidadão e fomos finalmente dispensados. Fosse o policial um pouco mais atento, entretanto, e teríamos sido todos trancafiados. Lá, como aqui, bancar corridas é ilícito penal. Pelo que soube depois, <b style=""><i style="">Loquijo</i></b> passou pelo menos um mês sem sair de casa, esperando a poeira baixar.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:100%;" ><span style=""> </span>Ainda cabreiros com as ameaças, deixamos Montevidéu em direção a Punta Del Leste e Chuí, sempre olhando para trás e para os lados, temendo uma emboscada. Alívio mesmo só quando cruzamos a fronteira e pegamos a estrada para Porto Alegre.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="line-height: 115%;font-size:100%;" >A idéia de importar e exportar cavalos acabou por se perder nas idas e vindas da vida. Uma pena, porque poderíamos estar ainda ganhando dinheiro com um mercado de mão dupla hoje em franca expansão. Las Piedras? Bem, nunca mais estive lá. Pelo que me consta, voltou a ser apenas um apêndice de Maronãs. Os banqueiros a 3 por 1 certamente se mudaram todos para o prado da capital. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size:100%;"><b style=""><span style="line-height: 115%; color: rgb(79, 129, 189);">*Por razões óbvias, omiti a identidade dos personagens desta história.<o:p></o:p></span></b></span></p>Silvio Sennahttp://www.blogger.com/profile/09904277543018637219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8839866705436044186.post-9199985835893418872008-06-17T11:15:00.003-03:002008-06-30T12:44:40.904-03:00Só faltava falar<span style="line-height: 115%;font-size:100%;" >Guardo dos meus tempos de treinador a boa lembrança de dois cavalos intrigantes, da mesma estirpe daquele que gostava de sonhos, como conta em seu blog o <span style=""> </span>Marco Aurélio Ribeiro - El Boiero e Jumbo Lark. O primeiro, de propriedade do amigo Sand Nunes (o mesmo do ganhador do último Grande Prêmio Brasil, L’Amico Steve), portador de algumas fraturas nos dois joelhos, gostava de me lembrar disso toda vez que caminhava em direção à raia para se exercitar. Um dia, claudicava da mão esquerda, no outro, da direita. Claudicação que acabava no momento mesmo em que o jóquei lhe dava rédeas. A partir daí, dava por terminada a sua “farsa” e abria um galope vistoso, de animal são como um coco. E a volta à cocheira era sempre em trote entremeado de pinotes, lindamente coreografados. Para meu desgosto, El Boiero terminou seus dias anonimamente em Campos, depois de comprado em um claiming que venceu por vários corpos.</span><span style="font-size:100%;"><b style=""><o:p></o:p></b></span> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:100%;" ><span style=""> </span>Jumbo Lark, um filho de Tumble Lark, criação do Haras Rosa do Sul, bem ao contrário de seu companheiro de baia, jamais ganhou uma corrida, mas talvez tenha sido o cavalo de minha propriedade que mais colocações conseguiu em 3 anos de campanha, se não me engano, 15 segundos lugares e outros tantos terceiros, alem de incontáveis quartos e quintos. <span style=""> </span>Deve ter faturado em colocações o equivalente a uns três prêmios de primeiro lugar. Seu “divertimento” predileto era, quando em exercício, parar o galope de sopetão, derrubar o jóquei e sair em desabalada carreira, com o rabo em arco, na direção de sua cocheira. Nada de extraordinário, não fosse o fato de que, para alcançar seu intento, Jumbo tinha de dobrar duas esquinas. Depois de um certo tempo, já acostumado com o seu incrível senso de direção, eu nem me preocupava mais com suas estrepolias, mas apenas com verificar se o seu indigitado cavaleiro não tinha se ferido. Sabia que, em poucos minutos, ela já estaria na baia, devorando a sua porção de alfafa.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:100%;" ><span style=""> </span>Vivi momentos de muita tristeza quando Nilsinho Genovezi bateu o martelo dando por consumada a venda de Jumbo Lark em leilão. Saí do tatersal de Cidade Jardim de cabeça baixa, pensando com meus tristes botões: “Onde mais vou arranjar um cavalo tão brincalhão, que sempre me olha de um jeito maroto, como a dizer <span style=""> </span>“ta vendo como eu sei das coisas?” Onde vou arranjar um cavalo que só falta falar?<o:p></o:p></span></p>Silvio Sennahttp://www.blogger.com/profile/09904277543018637219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8839866705436044186.post-69400552997138927272008-06-03T09:55:00.001-03:002008-06-03T09:56:36.144-03:00<p class="MsoNormal" style="background: white none repeat scroll 0% 50%; -moz-background-clip: -moz-initial; -moz-background-origin: -moz-initial; -moz-background-inline-policy: -moz-initial;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif"; color: rgb(68, 68, 68);"><o:p></o:p></span><b style=""><span style="font-size: 14pt; font-family: "Verdana","sans-serif"; color: rgb(68, 68, 68);">Depoimento:<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="background: white none repeat scroll 0% 50%; -moz-background-clip: -moz-initial; -moz-background-origin: -moz-initial; -moz-background-inline-policy: -moz-initial;"><b style=""><span style="font-size: 14pt; font-family: "Verdana","sans-serif"; color: rgb(68, 68, 68);"><o:p></o:p>Abaixo, relato de Marcelo Caetano, leitor do blog, cujo conteúdo bem pode ocupar o espaço reservado à história da semana.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="background: white none repeat scroll 0% 50%; -moz-background-clip: -moz-initial; -moz-background-origin: -moz-initial; -moz-background-inline-policy: -moz-initial;"><b style=""><i style=""><span style="font-size: 14pt; font-family: "Verdana","sans-serif"; color: rgb(68, 68, 68);"><o:p> </o:p></span></i></b><br /><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; color: rgb(68, 68, 68);">“Sou professor de ginástica em uma academia e gosto de curtir corridas de cavalos, especialmente nas segundas-feiras. Numa das últimas, cheguei ao 9º páreo sem uma só pule premiada. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="background: white none repeat scroll 0% 50%; -moz-background-clip: -moz-initial; -moz-background-origin: -moz-initial; -moz-background-inline-policy: -moz-initial;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; color: rgb(68, 68, 68);"><o:p></o:p>Decidi então seguir a sugestão do Blog do Senna para aquela prova, justamente a da super quadrifeta. Estava lá: ”<i style="">páreo complicado, mas quem combinar tais e tais cavalos tem grande chance de fechar a quadrifeta”.<o:p></o:p></i></span></p> <p class="MsoNormal" style="background: white none repeat scroll 0% 50%; -moz-background-clip: -moz-initial; -moz-background-origin: -moz-initial; -moz-background-inline-policy: -moz-initial;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; color: rgb(68, 68, 68);"><o:p></o:p>Quando já estava no guichê, <span style=""> </span>percebi que meu dinheiro era insuficiente para combinar os quatro números. Durante o dia, tinha abastecido a moto e esquecera em casa o troco de uma nota de cinqüenta reais. O jeito foi montar um jogo com dois animais para primeiro e segundo, com os outros dois para terceiro e quarto.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="background: white none repeat scroll 0% 50%; -moz-background-clip: -moz-initial; -moz-background-origin: -moz-initial; -moz-background-inline-policy: -moz-initial;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; color: rgb(68, 68, 68);">Fiz a aposta e fui direto para um jogo de poker entre amigos, de modo que só muito mais tarde, pela Internet, fiquei sabendo que a quadrifeta, com os quatro animais indicados, combinados, rateara mil reais, mas em uma ordem diferente da que eu escolhera.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="background: white none repeat scroll 0% 50%; -moz-background-clip: -moz-initial; -moz-background-origin: -moz-initial; -moz-background-inline-policy: -moz-initial;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; color: rgb(68, 68, 68);"><o:p></o:p>A primeira coisa que me veio à cabeça foi aquele bordão de um anúncio de motoca...”ela combina com tudo, só não combina com posto de gasolina”. Não combina mesmo, do contrário eu teria curtido, pela primeira vez, uma aposta vencedora de alto rateio.” <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="background: white none repeat scroll 0% 50%; -moz-background-clip: -moz-initial; -moz-background-origin: -moz-initial; -moz-background-inline-policy: -moz-initial;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; color: rgb(68, 68, 68);"><o:p></o:p></span><b style=""><span style="font-size: 14pt; font-family: "Verdana","sans-serif"; color: rgb(68, 68, 68);">Lamento, Marcelo. Mas o blog continua, felizmente, com bom índice de acertos. Haverá outras oportunidades, com certeza.<o:p></o:p></span></b></p>Silvio Sennahttp://www.blogger.com/profile/09904277543018637219noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8839866705436044186.post-13913682324017829152008-05-28T10:45:00.000-03:002008-05-28T10:46:39.390-03:00<p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0.9pt 0.0001pt 13.85pt; line-height: normal;"><b style=""><span style="font-size: 14.5pt; font-family: "MS Shell Dlg 2","sans-serif"; color: black;">Zagaia, puro veneno<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0.9pt 0.0001pt 13.85pt; line-height: normal;"><span style="font-size: 14.5pt; font-family: "MS Shell Dlg 2","sans-serif"; color: black;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0.9pt 0.0001pt 0cm; line-height: normal;"><span style="font-size: 14.5pt; font-family: "MS Shell Dlg 2","sans-serif"; color: black;"><span style=""> </span>Inimigos cordiais, Chico e Zecão. Em toda santa reunião, lá <span style=""> </span>estavam eles, armando apostas paralelas. Com total vantagem para o primeiro, cara bem informado, freqüentador de cocheiras. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0.9pt 0.0001pt 0cm; line-height: normal;"><span style="font-size: 14.5pt; font-family: "MS Shell Dlg 2","sans-serif"; color: black;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0.9pt 0.0001pt 0cm; line-height: normal;"><span style="font-size: 14.5pt; font-family: "MS Shell Dlg 2","sans-serif"; color: black;"><span style=""> </span>Até o dia em que Zecão comprou um cavalo só para ter motivo para se misturar aos profissionais, nos matinais. Sua busca não era por barbadas, mas por informações sobre o estado físico de prováveis favoritos. Tinha idéia fixa, quase uma obsessão: dar o troco ao Chico, deixando-o só de cuecas. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0.9pt 0.0001pt 0cm; line-height: normal;"><span style="font-size: 14.5pt; font-family: "MS Shell Dlg 2","sans-serif"; color: black;">Naquela noturna, Zecão estava armado de informações preciosas. Artimanha daqui, artimanha dali, acabou por montar várias paradas muito favoráveis. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0.9pt 0.0001pt 0cm; line-height: normal;"><span style="font-size: 14.5pt; font-family: "MS Shell Dlg 2","sans-serif"; color: black;"><span style=""> </span>Lá pelas tantas, sem saber o que estava acontecendo, Chico foi esvaziando os bolsos até ao ponto de só lhe restarem as roupas do corpo. As mesmas que ele deu como garantia de uma última “parada”. Foi ao banheiro, despiu-se, entregou tudo ao adversário, mas ainda confiante de que a égua Zagaia, com trabalhos assombrosos, lhe devolveria todas as suas perdas.Pobre Chico, não sabia que a égua estava dodói de um casco, prontinha para um completo fracasso.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0.9pt 0.0001pt 0cm; line-height: normal;"><span style="font-size: 14.5pt; font-family: "MS Shell Dlg 2","sans-serif"; color: black;"><span style=""> </span>Ainda fechado no banheiro, nu e com frio, Chico, estarrecido, ouviu o narrador anunciar que o jóquei de Zagaia desistira da corrida na entrada da reta. Pálido e desconsolado, o indigitado se perguntava: o que fazer agora? As tribunas se esvaziaram rapidamente, como sempre acontece nas noturnas, e logo depois já não havia níngüem por ali.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0.9pt 0.0001pt 0cm; line-height: normal;"><span style="font-size: 14.5pt; font-family: "MS Shell Dlg 2","sans-serif"; color: black;"><span style=""> </span>Só muito depois, o nosso “paradista” foi salvo por um guarda noturno que tivera a santa idéia de fazer xixi naquele banheiro. <span style=""> </span>Em casa, madrugada alta, Chico ainda sentia na pele o significado da expressão corriqueira entre jogadores compulsivos - <span style=""> </span>“...e perdi até as calças”. E o pior é que não conseguiu devolver a sova ao Zecão, semanas depois vítima de um fulminante enfarte em plena sociais.<o:p></o:p></span></p>Silvio Sennahttp://www.blogger.com/profile/09904277543018637219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8839866705436044186.post-66021541777741917522008-05-20T10:42:00.004-03:002008-05-27T10:33:37.001-03:00<p class="MsoNormal"><b style=""><span style="line-height: 115%;font-size:14;" ><span style=""> </span><o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal"><b style=""><span style="line-height: 115%;font-size:14;" ><o:p></o:p><span style=""></span>Ligeiro e duro<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" >Gervásio, talvez o mais compulsivo dos apostadores em cavalos que conheço, tem gravado em fogo na memória o instante em que decidiu entrar em um caixa eletrônico do Banrisul, no centro de Porto Alegre, para verificar se ainda tinha crédito para mais um empréstimo vinculado ao seu já combalido holerite de servidor do Estado. Noivo há muitos anos e beirando os 40, é preciso dinheiro para consumar um casamento que já não sabe mais como adiar.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" >Gervásio fica então sabendo que seu salário ainda comporta uma prestação de 400 reais, só acessível, porém, se o empréstimo for contratado em 72 meses. Já esquecido do casamento, mas de olho nas próximas carreiras, meu amigo não tem dúvida: aperta as teclas “milagrosas” e saca na hora 3 mil reais. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" ><span style=""> </span>Nem é preciso dizer que a grana vai se esfarelando em picks, trifetas e quadrifetas, uma grande parte em apostas paralelas, “um na frente do outro”, modalidade em que Gervásio se julga especialista. Ao cabo de um fim-de-semana, não sobram sequer os trocados para pagar o cartório.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" ><span style=""> </span>Meu amigo agora vaga de porta em porta, à procura de quem lhe possa doar azulejos, portas e janelas, cimento e material elétrico para, enfim, poder terminar a casinha que começou a construir há sete anos <span style=""> </span>em um terreno do bairro de Camaquã. A futura esposa nem de longe desconfia que o contra-cheque do noivo terá saldo líquido de apenas 17 reais até 2014.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" ><span style=""> </span>Gervásio, porém, é ligeiro e duro. Nunca esmorece. No momento, move uma ação contra o banco, exigindo que lhe sejam descontados apenas 30% do salário. <span style=""> </span>Enquanto isso, sonha que acabará por encontrar um jeito de driblar o azar e fechar sózinho um Pick 8, várias vezes acumulado.<span style=""> </span>E, ao invés de uma casinha em Camaquã, oferecer um apartamento de cobertura em Menino de Deus à noiva, pelo visto também dura na queda.<span style=""> </span><o:p></o:p></span></p>Silvio Sennahttp://www.blogger.com/profile/09904277543018637219noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8839866705436044186.post-38675833304679150942008-05-07T15:26:00.002-03:002008-05-07T15:38:56.694-03:00<p class="MsoNormal"><b style=""><span style="font-size: 16pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">O caminho das pedras<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Partindo do fato de que corrida de cavalos está longe de ser uma ciência exata, tipo loteria ou jogo-do-bicho, <span style=""> </span>e sem qualquer presunção, posso lhes assegurar que aprendi o suficiente, à custa de muito dinheiro, sobre a ingrata tarefa de como apostar nos cavalinhos sem errar demais. Tanto isso é verdade que ousei criar este espaço com a pretensão de facilitar a vida dos apostadores, o que, para minha satisfação, parece que estou conseguindo diante da quantidade de acessos ao blog.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style=""> </span>Aproveito então o ensejo para explicar como analiso as carreiras, na expectativa de que isso venha a acrescentar algo mais aos métodos de escolha de cada apostador. Os principais itens que considero em uma análise são:<span style=""> </span>enturmação, retrospecto, jóquei, baliza, ritmo de corrida, raia e, principalmente, tempos obtidos por cada competidor em suas últimas corridas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style=""> </span>Detalhando:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 12pt 0cm 10pt 53.25pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="">1)<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><b style=""><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Enturmação</span></b><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">: por ela, é possível avaliar o potencial de cada competidor em relação aos adversários que vai enfrentar. O difícil é destrinchar os claimings, provas que misturam, quase sempre, animais de idades e enturmações diferentes;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 53.25pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="">2)<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><b style=""><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Retrospecto</span></b><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">: indica ao analista como o animal tem se comportado em carreiras prévias: posição em que chegou, a que distância do primeiro colocado, que tempo corrigido assinalou, com que peso correu, se manteve, perdeu ou manteve seu peso físico, etc.;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 53.25pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="">3)<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><b style=""><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Jóquei</span></b><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">: <span style=""> </span>é fundamental estar a par das qualidades e defeitos do ginete envolvido, uma vez que a maioria dos páreos, especialmente os mais equilibrados, é vencida por animais pilotados por ginetes em melhor posição na respectiva estatística de jóqueis;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 53.25pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="">4)<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><b style=""><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Baliza: </span></b><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">analiso a posição de largada tendo em conta as características do animal. Como regra geral, os ligeiros levam vantagem quando largam por fora dos demais, pois rapidamente podem pegar a ponta e, encetando uma diagonal, livrarem vantagem justamente em uma área decisiva do percurso, a curva final; de modo inverso, os atropeladores se dão melhor em balizas internas, que lhes proporcionam menos riscos de prejuízos; <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 53.25pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="">5)<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><b style=""><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Ritmo de corrida: </span></b><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style=""> </span>Animal ligeiro (que pode ser identificado por sua posição na entrada de reta em carreiras anteriores) normalmente leva muita vantagem quando não existem outros velozes para incomodá-lo, e ficam prejudicados quando se envolvem em briga prematura. É comum um cavalo inferior em poderio locomotor, mas na condição de único ligeiro, cruzar o disco na frente de outros superiores só porque poupou energias na primeira parte do percurso para suportar a carga dos atropeladores. (Pena que Cristal, Tarumã e São Vicente não tenham nos respectivos retrospectos a posição de entrada de reta dos inscritos).<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 53.25pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="">6)<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><b style=""><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Raia: </span></b><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">A genética é quase sempre infalível: filhos de pais gramáticos correm mais na grama, filhos de pais arenáticos se portam melhor na areia, e filhos de pais lameiros, lameiros serão. Para não falar de pais que produzem filhos sem preferência de raia. Assim, é preciso conhecer um pouco de raça para identificar as preferências de reprodutores e matrizes.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 53.25pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="">7)<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><b style=""><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Tempo: </span></b><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">De todos os fundamentos citados, o mais significativo, a meu ver, são as marcas cronométricas médias de um corredor. Sei, <span style=""> </span>por experiência recorrente, que um animal que corre para 80” nos 1.300 metros da areia, por exemplo, jamais perderá para outro que não baixa de 81”, a não ser por acidente de percurso. Para facilitar a equação para tempos corrigidos, tenho por base que um segundo significam 10 corpos. Assim, um corredor que chegou a 10 corpos para 88¨ terá como marca corrigida 89¨. Já para a raia de grama (sem as famigeradas cercas moveis), o parâmetro é de cinco corpos para cada segundo. (Em páreos no quilômetro, vale demais a direção e a intensidade do vento). Aqui, cabe uma observação: a CC da Gávea teima em não graduar o estado da raia de areia em caso de chuva. Assim, a sigla AP identifica “todas” as raias pesadas. E é sabido que raia encharcada (com água) é muito diferente de raia lamacenta, sem água, para efeito de tempo. Um dia, quem sabe, seja eliminada essa falha, que tanto dificulta o analista.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Nada do exposto acima, amigos, quer dizer ganhos na certa. Todos temos ciência que há muitos fatores não-mensuráveis interferindo no resultado final de um páreo, tais como más largadas, prejuízos no percurso, manqueiras, hemorragias ou joqueadas desastradas, para citar apenas alguns. Mas, de um modo geral, se levados em conta os principais fundamentos de análise aqui detalhados, o carreirista estará mais próximo de acerto do que aquele que só aposta por mera advinhação.<o:p></o:p></span></p>Silvio Sennahttp://www.blogger.com/profile/09904277543018637219noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8839866705436044186.post-59901001897719593592008-04-22T12:01:00.003-03:002008-04-22T12:09:12.084-03:00<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p><b style=""><span style="line-height: 115%;font-size:16;" >Pules que viram pó<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" >Ao longo de muitos e muitos anos de prado, conheci uma enorme fauna de pés frios, gente com poderes contrários aos de Midas, ou seja, tudo em que toca vira pó. Gustavo Gouveia (Gegê para os íntimos) é o primeiro dessa estranha lista, e com méritos. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" >O homem sempre foi e é um asa negra para si mesmo ou para aqueles que, por infortúnio, dele se aproximam. Fazem parte de sua antologia pessoal coisas do tipo “cavalo em que apostou cair na partida ou no percurso”, “seu preferido, com a vitória assegurada, mancar a poucos metros do disco”, “perder acumuladas premiadas” ou ser “vítima recorrente de desclassificações”. Não fui testemunha, mas ele mesmo me contou que estava entre os muitos que rasgaram pules depositadas em Boticão de Ouro, aquele craque que, à beira da vitória, destroçou os tendões pouco antes de cruzar o disco.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" >Consciente dessa aura negativa, Gegê já se valeu de todas as mandigas pseudo neutralizantes: ramo de arruda na orelha, figas e fitinhas baianas,<span style=""> </span>nunca entrar com o pé esquerdo no prado, fazer o sinal da cruz antes de chegar ao guichê e até freqüentar terreiros, em busca da ajuda de orixás. Tudo perfeitamente inútil, o azar é e sempre será a sua segunda pele. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" >O creme de la creme da incrível coleção de azares do Gegê aconteceu em uma remota noturna de Cidade Jardim. Se vencesse um determinado animal do sétimo páreo, ele fecharia uma acumulada milionária, daquelas que o Jockey costumava estampar como chamariz nos recintos frequentados por apostadores. <span style=""></span>Dada a largada, o fecho do talão tomou a ponta e assim veio até à antiga pedra de apregoações, com a vitória mais que assegurada. Gustavo já estava de pé, gritando à moda dos argentinos – viejo no mas! Eis, que de repente, um drogado, ou bêbado, sei lá, pula a cerca, atravessa a raia de grama e salta bem à frente do ponteiro, que fica irremediavelmente para trás. Branco como cera de vela, Gegê volta a se sentar, murmurando baixinho, como em ritornelo: “Não é possível. Isso só pode ser coisa do demônio!”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" >Gustavo é meu amigo dileto, freqüento a sua casa, sou padrinho de um de seus filhos <span style=""> </span>e saímos regularmente para um chopinho na Vila Madalena. Mas, no prado, dou voltas e voltas para não cruzar com ele. Quando acontece, a despeito dos meus esforços, tranço os dedos às costas ou procuro rápido um pedaço de madeira para bater três vezes. É que estou meio escalavrado: por muitas e muitas vezes já fui vítima de seus “eflúvios maléficos”.<o:p></o:p></span></p>Silvio Sennahttp://www.blogger.com/profile/09904277543018637219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8839866705436044186.post-74740986407984172482008-04-15T11:20:00.001-03:002008-04-15T11:20:48.543-03:00<p class="MsoNormal"><b style=""><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal"><b style=""><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p>Pendurando o chicote<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Jorge Bessa Paulielo, um bridão de muita classe que deixou o país em 2001 para encarar o desafio de montar na Inglaterra, está de volta, mas só curtindo férias, e com uma novidade: pendurou o chicote, 979 vitórias depois. “Já não suportava mais brigar com a balança”, me diz, sem conseguir disfarçar os 20 quilos a mais que adquiriu desde que tomou a decisão de parar, em 2004.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Esse foi, por coinscidência, o melhor ano de Paulielo na Inglaterra. “Consegui minha primeira vitória lá e até um segundo lugar em uma prova de Grupo II, corrida em Ascot, <span style=""> </span>com o cavalo Frankie’s Dream”. Também foi o ano em que conseguiu levar a família (a esposa Andresa e os filhos Gabriel e Luisa) para a cidade onde mora, Epsomdowns, <span style=""> </span>e também por ter se tornado cidadão britânico.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Jorginho se orgulha de ter sido um dos que abriram o mercado internacional para colegas brasileiros, como o de Macau, na China. “Em 1992 e 1993, montando lá, consegui o vice-campeonato de jóqueis com 69 e 70 vitórias, além de levantar o Derby local. Logo depois, meu lugar foi ocupado por Manoel Nunes e Eurico Rosa, e bem depois por Fausto Durso e Luis Duarte.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">JB é agora instrutor de crianças em uma escola de dressage, a disciplina eqüestre olímpica que privilegia as habilidades do cavaleiro, muito popular na Europa. Trabalha meio período, pela manhã, e passa as tardes gerenciando o seu espaço no Orkut (<a href="http://www.jorgepaulielo.co.ok/">www.jorgepaulielo.co.ok</a>) , onde mantém contato praticamente diário com a legião de jóqueis brasileiros que trabalham na Inglaterra, Irlanda e Macau, e com amigos de São Paulo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Voltar para o Brasil? Pouco provável, afirma. “Primeiro porque minha família já se adaptou ao novo país, depois porque para manter aqui a qualidade de vida que tenho lá, precisaria ganhar pelo menos uns 10 mil reais, algo impensável no nosso turfe de hoje.”<span style=""> </span>Paulielo acrescenta que o governo inglês oferece enorme assistência aos que ganham mil libras (ou menos), que é o seu caso. “Pago apenas 10% do aluguel da casa em que moro, não gasto com remédios e tenho assistência médica e odontológica de graça. Aliás, vivo recusando aumento de salário justamente para não perder esses benefícios”.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">De vez em quando, a saudade aumenta. Então, o antídoto é acessar sites brasileiros na Internet, telefonar para os parentes, ou então economizar libras para férias anuais no Brasil. Nas deste ano, deu até para uma esticada de uma semana na Bahia.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Na volta, foi a Cidade Jardim para rever amigos. Ao olhar para a ampla pista de grama, sentiu uma pontada no peito, de pura nostalgia. “Lembrei-me de Mr. Fritz, o melhor cavalo que já montei, especialmente na vitória em que ele, superando muitos problemas físicos, derrotou Much Better. E também de Nick de Mestre, outro estropiado que se superou para bater Jinwaki, um craque do Haras Equilia, vencedor do GP Brasil e do Pelegrini.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Na saudade de Jorginho, um lugar especial para o pai, o também jóquei J.B. Paulielo, falecido no ano passado. Dentre as razões para que decidisse parar de montar, talvez tenha sido esta a que mais pesou. “Difícil continuar encarando desafios sem o incentivo do homem que me fez seguir a profissão”, conclui.<o:p></o:p></span></p>Silvio Sennahttp://www.blogger.com/profile/09904277543018637219noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8839866705436044186.post-72178048610915683332008-04-08T10:54:00.003-03:002008-04-08T11:01:56.500-03:00<p class="MsoNormal"><b style=""><span style="line-height: 115%;font-size:14;" >Cábulas<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" >Uma verdade incontestável: todo jogador, de qualquer espécie, é um ser supersticioso. Conta-se, a propósito, <span style=""> </span>que Dostoiewsky, em vida um jogador compulsivo, não entrava nos cassinos sem antes murmurar fervorosamente preces ortodoxas. Pelo visto, sem muitos resultados, já que chegou ao fim de seus dias completamente endividado. Segundo um de seus biógrafos, o escritor russo precisou escrever às pressas uma de suas obras-prima,<span style=""> </span>O Jogador, para cobrir as despesas do hotel onde se hospedava em Wiesbaden, depois de perder até o último tostão na roleta. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" >Tenho tido, ao longo dos anos, minha dose de supersticiosos, desde os que não dispensam um prosaico raminho de arruda na orelha, até os que cruzam os dedos às costas a cada largada, passando pelos que se servem da macumba para afastar mau-olhado ou os que se revoltam contra os deuses a cada pule furada. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" >Anselmo talvez seja o mais cabalístico de toda essa fauna. <span style=""> </span>Já chegou ao extremo de viajar a Salvador com o único propósito de agradecer ao Senhor do Bonfim o fechamento de uma acumulada. Voltou com os joelhos em carne viva, mas feliz e agradecido.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" >Conheço também alguns que gostam de associar o próprio azar a atitudes de terceiros. Os chamados maniáticos. Mário, por exemplo, desiste de apostar toda vez que a pessoa que o antecede na fila do guichê opta pelo seu palpite. Danilo cancela as pules quando o animal que escolheu defeca no cânter. Francisco, há anos, só veste uma determinada camisa em dia de corrida.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" >De minha parte, faço força para acreditar que o sobrenatural nada tem a ver com o que acontece na raia. Que os resultados são fruto de variantes perfeitamente racionais. Mas, tal como o espanhol da fábula, não acredito em bruxas, pero que las hay, hay.<o:p></o:p></span></p>Silvio Sennahttp://www.blogger.com/profile/09904277543018637219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8839866705436044186.post-66134676825176031642008-04-01T11:35:00.004-03:002008-04-02T09:28:47.636-03:00Fina estirpe<p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" >Craque? Não, longe disso. Apenas um desses raros corredores de coração imenso, cujo instinto está acima de graves impedimentos físicos. Da estirpe de um Boticão de Ouro, por exemplo, que, prestes a vencer <span style=""> </span>um grande prêmio, tentou cruzar o disco com fratura exposta.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" >Jurado era um desses gigantes das pistas, guardadas as devidas proporções. Correndo dos dois aos sete anos, quando ainda não existiam por aqui as facilidades de enturmação dos claimings, esse filho de Coarazito e Jurée conseguiu o espantoso cartel de 23 vitórias, cinco em Cidade Jardim, 7 no Tarumã e 11 em São Vicente, estas últimas praticamente consecutivas e uma delas em tempo recorde para os 1.100 metros. Detalhe: Jurado tinha os sesamóideos fraturados desde a estréia nas pistas. Uma lesão grave e irrecuperável, já que esses frágeis ossinhos, na base dos boletos dianteiros, é que absorvem todo o impacto de um galão.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" >Seu treinador na Pista Prateada, José Faurer, sempre teve a paciência necessária para lidar com as necessidades especiais do neto de Coaraze. Talvez por isso ele tenha obtido tantas vitórias. Uma dessas necessidades era que o animal precisava ficar deitado por três ou quatro dias, em repouso, sendo alimentado em cochos improvisados, até que, superadas as dores, ele se sentisse em condições de ficar de pé e praticamente “exigir” do seu cavalariço que o levasse para a beira da raia para gramear e corcovear. Outra era que só entrasse na raia para correr.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" >A coragem, porém, tem seus limites. As fraturas acabaram falando mais alto, sendo <span style=""> </span>chegada a hora de encaminhar o campeão para uma justa e confortável aposentadoria. Acabou vendido a preço de banana para um sitiante de Itapecerica da Serra para servir de garanhão. Pena que tenha durado muito pouco, apenas alguns meses a nova e boa vida de Jurado. Por obra e graça de uma traiçoeira jararaca. Um triste fim, na verdade, para um corredor de fina estirpe.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>Silvio Sennahttp://www.blogger.com/profile/09904277543018637219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8839866705436044186.post-83038783676832629722008-03-18T10:37:00.004-03:002008-03-18T10:45:32.039-03:00<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p><b style=""><span style="line-height: 115%;font-size:14;" >O clone de jóquei<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" >Vadeco tinha tamanho de jóquei, cara de jóquei, trejeitos de jóquei, só não era jóquei. Mas tais semelhanças bem que o ajudaram na <i style="">dura</i> vida de vendedor de barbadas. Por razões de segurança, o nosso clone preferia aplicar seus golpes em cidades do interior de São Paulo. Se a máscara por acaso caísse, estava seguro de que suas vítimas não iriam passar recibo de idiotas, nem fariam despesas com uma viagem, provavelmente inútil, à capital. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" >A estratégia de Vadeco era primária e raramente falhava. Seu estrategema: arrumar uma vítima para cada cavalo de uma determinada prova. Logo que saia o programa de Cidade Jardim, ele escolhia um páreo de poucos animais, de preferência de perdedores, mais sujeito a resultados surpreendentes. Já na terça, começava sua via-sacra, cooptando as vítimas previamente escolhidas. E para cada uma delas, a mesma ladainha: <i style="">Estou puxando esse bicho há seis meses, chegou a hora de ganhar. É uma verdadeira barbada. O senhor joga x e dividimos os lucros.</i> <span style=""> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" >No sábado, com as sementes devidamente semeadas, era só esperar o momento de uma única colheita, e torcer para que o rateio do vencedor fosse alto. Não raro, surgia pule acima de 20 por 1, garantia de lucros suficientes para dois ou três meses de hibernação.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" >E assim Vadeco ia levando a vida, sem atropelos e sobressaltos. Mas, como dizem os mais antigos, não há uma sem duas, chegou finalmente a hora do acerto de contas para o baixinho que se passava por jóquei. Com dinheiro suficiente para prolongadas férias, decidiu passá-las na Praia Grande. Tomou um ônibus do Rápido Brasil no Jabaquara, sentou-se em uma poltrona de janela do lado direito e se preparou para um bom cochilo.O cochilo virou sono profundo e ele sequer percebeu quando o ônibus quebrou a mureta de proteção de uma curva da Serra do Mar e se lançou por um precipício de uns 200 metros. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" >Foi o fim da via-sacra do Vadeco. Neste exato momento, é bem possível que ele esteja vendendo no céu suas barbadas para incautos . Ou seria melhor dizer, no inferno?<o:p></o:p></span></p>Silvio Sennahttp://www.blogger.com/profile/09904277543018637219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8839866705436044186.post-32632051448848483532008-03-11T10:01:00.004-03:002008-03-11T10:08:38.039-03:00<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:16;" ><o:p></o:p></span><b style=""><span style="line-height: 115%;font-size:16;" >Dose sim, dose não<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" >Era um tempo <span style=""> </span>em que os bookmakers pululavam por aí, atendendo aos clientes por telefone e ou em chimbicas espalhadas pela cidade.<span style=""> </span>Muitos proprietários se especializavam em toda sorte de artimanhas para pegar no contrapé quem se atrevesse a bancar seus jogos. Danilo, objeto desta historinha, era um dos mais ardilosos, tendo a seu crédito a falência de muitos banqueiros.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" >Uma de suas tacadas que viraram lenda aconteceu graças justamente ao pior dos seus defensores, um quatro anos perdedor, acostumado a fechar o lote toda vez que corria. Danilo fez vir dos Estados Unidos o então dopping da moda, capaz de melhorar o bicho em mais de um segundo, e cuja mancha ainda não era identificada pela cromatografia. <span style=""> </span>O nome, se bem me lembro, era “cardioby”, <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" >Danilo sabia, já há algum tempo, que seu treinador passava informações de cocheira para alguns banqueiros, por isso armou o que lhe pareceu uma infalível ratoeira: colocou uma dose do estimulante cardíaco em um frasco sem rótulo e uma dose de glicose em outro. <span style=""> </span>Em tirinhas de esparadrapo, escreveu “sim” em uma e “não” em outra. Entregou os vidrinhos ao treinador, devidamente “identificados”, com a recomendação expressa de que iria telefonar umas quatro horas antes do páreo em que seu matungo correria para dizer qual das doses deveria ser aplicada. Se a “sim”, o bichinho iria para “o pau”, se a “não”, a vitória ficaria adiada. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" >Na hora combinada, Danilo ligou para a cocheira, dizendo que os banqueiros não estavam querendo aceitar seu jogo, de modo que deveria ser aplicada a dose “não”. O golpe ficaria para outra ocasião. Claro que o treinador imediatamente passou a informação para os books, dizendo que poderiam aceitar o jogo do “patrão” sem susto. Nem passou por sua cabeça que a dose “não” era de estimulante cardíaco e que a “sim” era de glicose. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-size:14;" >Naquela tarde, o matunguinho agradeceu a “ajuda“ e cruzou o disco na frente, rateando 20 por 1, o suficiente para “tirar do ar” uns dez banqueiros e para compensar o seu preço original em pelo menos cinqüenta vezes. Danilo já foi desta para melhor, mas o treinador ainda vive e certamente já se perguntou milhares de vezes: "Por que fui tão ingênuo?". <o:p></o:p></span></p>Silvio Sennahttp://www.blogger.com/profile/09904277543018637219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8839866705436044186.post-26680741631304538522008-03-04T17:52:00.001-03:002008-03-04T17:54:29.754-03:00<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span><b style=""><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Patranhas do João<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">João de Castro Godoy gostava especialmente de duas coisas: acentuar no vestir a sua semelhança com o ator Clark Gable e maquiar certas situações de corrida de modo a que cronistas de turfe desavisados as entendessem de maneira errada.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Naquela manhã, ele estava concentrado em “esconder” o verdadeiro potencial de um potro, anotado para estrear alguns dias depois. Convocou Nélio Carrara, então um jóquei modesto que trabalhava animais para suas cocheiras, deu-lhe instruções e foi se sentar na última fileira dos bancos do padoque, como fazia habitualmente há anos. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">O potro largou da seta dos 1.400 metros e cobriu o percurso em pouco mais de 89”, com final de menos de 13” para os 200 metros finais. Uma marca assombrosa para a antiga raia de areia de Cidade Jardim. A título de comparação: o normal era os potros perdedores não baixarem de 90”, em corrida.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Tão logo desmontou, Nélio se dirigiu às pressas<span style=""> </span>para o “patrão”, apontando para o Minerva de duas agulhas que tinha nas mãos. “Devo ter marcado errado, seo João, não é possível que um potro que nunca correu faça um tempo desses!”. Foi o bastante para que Godoy praticamente arrancasse o relógio de suas mãos e o atirasse padoque abaixo. “Desaprendeu, Nélio? Claro que nem chegou<span style=""> </span>perto disso”. Desconsolado, o jóquei desceu as escadas e foi ver se ainda restava alguma coisa do seu cronômetro. De longe, alguns cronistas observavam a cena, com a certeza de que seo João estava aprontando alguma, mas sem saber exatamente o quê.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">O tempo passou rápido e o potro, Zaluar, de criação do Haras Bela Esperança e de propriedade de Theotônio Piza de Lara, entrou na raia para a sua primeira corrida, montado por João Manoel Amorim. <span style=""> </span>Na pedra, um rateio para além das expectativas de seu treinador. Claro que o filho do inglês Eboo deu um galope de saúde, cravando 88” para a distância.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Na segunda-feira, quando Carrara chegou para a rotina de todas as manhãs, um envelope lhe foi entregue pelo porteiro do vestiário. Dentro, um Minerva novinho em folha, dinheiro equivalente a três meses de salário e um bilhete: ‘Vê se aprende a marcar melhor com este relógio”. Nélio ficou muito satisfeito, claro, mas jamais esqueceu a humilhação por que passara pelas mãos do Clark Gable caboclo. E os cronistas, finalmente, compreenderam o significado da cena do relógio atirado ao chão.<o:p></o:p></span></p>Silvio Sennahttp://www.blogger.com/profile/09904277543018637219noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8839866705436044186.post-22461888474696981062008-03-04T10:23:00.001-03:002008-03-04T10:26:26.269-03:00<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p><b style=""><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p>A pão e água<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Durante muitos anos, George Dallas, russo de origem e brasileiro por opção, enriqueceu a galeria de treinadores folclóricos de São Vicente. Seu sotaque carregado e seus métodos pouco convencionais de treinamento faziam dele uma figura única. E foi com ele que aprendi algumas lições, esta, por exemplo: são insondáveis os mistérios que cercam um puro-sangue de corridas. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">No comecinho dos anos 80, Dallas recebera convite para treinar alguns animais arrendados por Helcio Meca ao Haras Coqueiro Verde. Um deles era Mau-Mau, cria do Haras Guaiuvira, genioso como o pai Georges Raft, <span style=""> </span>e danado de corredor. Dallas inscreveu-o em um clássico em São Vicente, mas não contava com um imprevisto: a ração encomendada, por algum motivo, não chegara de São Paulo. Acostumado a improvisar, o russo não teve dúvidas: foi ao peão do prado, cortou sacos e sacos de capim, e depois à padaria do Abel, para comprar uma grande quantidade de pão amanhecido. Nos cinco dias anteriores à corrida, Mau Mau e seus companheiros de cocheira se submeteram <span style=""> </span>à uma dura dieta de pão, capim e água.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Eu, que acompanhara todas as idas e vindas do russo, fiquei muito animado com a possibilidade de arrumar uma boa grana. Mau-Mau seria grande favorito e, fatalmente, fracassaria. Ledo engano! Dada a largada, o tordilhão tomou a ponta e foi colocando expressiva vantagem sobre os demais, até cruzar o disco com uns 12 corpos à frente do segundo colocado, como se estivesse possuído por uma força sobrenatural. Pouco depois, os alto faltantes anunciavam: “Mau-Mau acaba de bater o recorde dos 1.100 metros”.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Com cara de tacho, tirei do bolso um maço de pules e atirei-as ao vento. Ainda hoje, desconfio que Mau Mau, às escondidas do velho Dallas, fizera um pacto de sangue com os ton-tons macutes do Haiti. Bater recorde a pão e água? Só mesmo com a ajuda de um vodoo.<o:p></o:p></span></p>Silvio Sennahttp://www.blogger.com/profile/09904277543018637219noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8839866705436044186.post-82261283678324082332008-02-27T10:27:00.001-03:002008-02-27T10:29:54.590-03:00<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p><b style=""><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Ordem unida<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Esta aconteceu em Belo Horizonte, nos duros tempos da ditadura. Não cito nomes por questões óbvias, mas garanto que a história é verdadeira. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Seis jóqueis combinaram “amolecer”<span style=""> </span>um dos páreos, deixando de fora só <span style=""> </span>o piloto que montava o azarão. Como já acontecera outras vezes, em tantos outros prados, o arranjo fez água e o matungo cruzou o disco na frente.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">O pior, porém, ainda estava por vir. Na manhã seguinte, toda a vila hípica comentava o “desastre”, até que a história chegou aos ouvidos do presidente da Comissão de Corridas, justamente um coronel linha dura do exército. O homem não teve dúvida, convocou todo mundo para uma reunião em sua sala do quartel. <span style=""> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Eis o relato de um dos participantes: “Ficamos todos juntos, perfilados, como em ordem unida, enquanto o coronel desfiava um discurso sobre ética, caráter, responsabilidade. <span style=""> </span>Por fim, o homem <span style=""> </span>afirmou que a pena de suspensão seria trocada por um corretivo militar. Fomos, então, ncaminhados para um cubículo e ali confinados por 24 horas, a pão e água. Cara, nunca pensei que um dia iria lamentar não ter sido punido de acordo com o Código de Corridas”.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p> <span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; font-family: "Calibri","sans-serif";"><span style=""><br /></span></span>Silvio Sennahttp://www.blogger.com/profile/09904277543018637219noreply@blogger.com2