domingo, 21 de julho de 2013

O jornalista Silvio Senna faleceu

Caros amigos do Blog do Senna, o jornalista Silvio Senna faleceu na madrugada deste domingo, 21 de julho de 2013. Depois de alguns dias na UTI por conta de uma cirurgia, não resistiu e deixou a esposa Maria Bela Wodianer Sena, seis filhos, quinze netos e nove bisnetos. Teve dois grandes amores na vida, a família e o Turfe.

terça-feira, 9 de julho de 2013


Devido a uma cirurgia de emergência, passarei alguns dias sem postar sugestões. Volto a este espaço tão logo me seja possível.

quarta-feira, 15 de maio de 2013




Glória e drama

A Copa, eis um filme para figurar no mesmo patamar de Sibiscuit e Secretariat. Quem não o viu ainda, que vá ao You Tube. A película retrata os bastidores da memorável Melbourne Cup de 2002, vencida por Mídia Puzzle, um temperamental craque irlandês, sob a monta de Damien Oliver, lendário jóquei australiano.

Muito emocionante ver o prado tomado por 100 mil pessoas e o galope de saúde do belo alazão  sobre vinte e tantos concorrentes, inclusive Vinnie Roe, vencedor do St. Leger, e Pugin, dos árabes da Goldophin, montado pelo não menos lendário L. Dattori.

E também muito tocante o drama familiar de Damien, cujo pai e irmão mais velho, também jóqueis, morreram em trágicos acidentes   de pista.

Só falta ao filme uma referência a outro drama sofrido por Damien, em 2011, quando foi formalmente acusado e condenado por ter apostado alta quantia em um concorrente inscrito em páreo em que ele montava o favorito.

terça-feira, 27 de novembro de 2012



Clarividência e sensatez
A anterior direção do Jockey Clube de São Paulo não soube garantir a presença de Alessandro Arcangeli à frente de sua Comissão de Corridas. Por divergências incontornáveis, Arcangeli demitiu-se, sem, contudo, se afastar do universo turfístico. Uma pena que isso tenha ocorrido, pois Alessandro é um dos poucos com capacidade para contribuir positivamente para que o turfe brasileiro seja outra vez uma atividade lucrativa.
A dimensão de sua importância pode ser aferida em uma longa entrevista concedida ao Jornal do Turfe e, em boa hora, publicada pelo Marcos Rizzon.  Ali estão estabelecidas, com extrema lucidez, as bases de um modelo de gestão capaz de tirar a entidade desse abismo em que se meteu por vaidade e incompetência de antigos e atuais dirigentes.  Todo aquele que ama o turfe não pode se furtar de acompanhar um dos mais precisos diagnósticos sobre como devam ser geridas as entidades que exploram corridas de cavalo.
Queiram os fados que, em algum momento, sua clarividência e sensatez venham a impregnar a mentalidade dos responsáveis pelos destinos do turfe brasileiro. Suas ideias são uma luz no fim do túnel.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012



Réquiem

Triste semana esta que marca a última edição do Jornal da Tarde, publicação que deixa marcas indeléveis para leitores e jornalistas, especialmente para mim, que fiz parte da equipe que imaginou e pôs em pratica uma maneira inovadora e singular de paginar e escrever um diário, nos tumultuados idos de 1967.

Por mais de um ano, até que me transferi para a Veja, em 1968, tive o privilégio de pertencer a uma família de notáveis da imprensa, capitaneados pelo  Mino Carta . Ainda estão vivos em minha memória os caóticos fechamentos de cada edição, em tardias madrugadas, que levavam à loucura os vetustos “velhinhos” do Estadão, obrigados geograficamente a uma convivência desconfortável com a tropa irreverente que o Mino juntou por aí, especialmente nas Minas Gerais.

Para além da tristeza, porém, fica a gratificação por eu ter sido ator e testemunha de algo que dividiu a história da imprensa escrita diária em antes e depois do Jornal da Tarde. E a certeza de que não teria sido o jornalista que sou sem a convivência profícua com tantos ícones da profissão, que o acaso juntou em um certo prédio da Major Quedinho.

Adeus, imorredouro JT.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Um petiço brasileiro e o leão americano
Nada como ouvir histórias de turfistas notáveis. Como as do dublê de ator e proprietário de cavalos Lima Duarte. Noite destas, tive o privilégio de passar uma boa hora conversando com ele e seu fiel escudeiro, Kazuo. Entre um gole e outro de vinho de boa safra, Lima contou algumas histórias. Repasso uma delas, nas palavras do próprio:
“Fins da década de 70. Eu, Paulo Gracindo e alguns integrantes do elenco do seriado O Bem Amado viajamos para Nova York, onde seriam gravadas algumas cenas. Como todo bom turfista, não perdi tempo e a primeira coisa que fiz foi consultar páginas turfísticas de jornais locais para ver em que prados haveria corridas naqueles dias. Me chamou a atenção a inscrição de um cavalo brasileiro, cujo nome já não me lembro, que iria correr em Meadowsland, prado próximo de Nova York. Claro que eu não podia faltar ao meeting. O bicho era azarão, pessimamente cotado. Joguei uns poucos dólares e fui para as tribunas, certo de que tinha jogado dinheiro pela janela. Mas, lá pelo meio da reta, desponta o petiço com ação avassaladora e cruza o disco com boa vantagem sobre o segundo colocado, outro azarão. Meus gritos histéricos chamaram a atenção de todos, especialmente de dois seguranças com cara de poucos amigos. Minha histeria, no entanto, tinha bons motivos: a vitória me rendera 3 mil dólares.

terça-feira, 15 de março de 2011

Tendão de Aquiles

Em meu giro diário pela Internet, topei com um texto produzido por Mônica Pileggi de muito interesse para todos os que se relacionam com cavalos-atletas, especialmente os PSI. Eis aqui a sua íntegra:


Por Mônica Pileggi


Agência FAPESP – Uma técnica alternativa de cultivo de células-tronco mesenquimais, desenvolvida por médicos veterinários da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu (SP), pode ser a solução para o complexo problema da tendinite em cavalos atletas.
Publicado no periódico Journal of Equine Veterinary Science, o estudo, coordenado pela professora Ana Liz Garcia Alves, teve início no mestrado de Armando de Mattos Carvalho e contou com o apoio da FAPESP. A técnica envolve a retirada de células progenitoras derivadas do tecido adiposo de uma região próxima à base da cauda, para depois implantá-las no próprio animal de modo a se obter a regeneração do tecido lesionado.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Descaso

Acabo de ler e me emocionar com a crônica do Milton Lodi para o Jornal do Turfe, em que o titular do Haras Ipiranga traça um breve perfil humano e profissional de meu sogro, o Capitão Bela Wodianer (1889/1965).

Figura emblemática do turfe nacional por quase quatro décadas, o Capitão Bela deixou marcas indeléveis de seu saber em haras, centros de fomento, registro de animais ou exposições. Muitos haras, ainda hoje, beneficiam-se de suas escolhas de matrizes e garanhões, baseadas quase sempre na amizade que matinha, por correspondência, com ícones da criação mundial, Ali Khan, por exemplo. O Stud Book Brasileiro também deve muito à experiência internacional do Capitão no que diz respeito a uma identificação de animais minimamente confiável.

As palavras do Lodi me fizeram formular pela enésima vez a pergunta: por que razão um dos dois principais clubes de corridas do país ainda não programou uma mísera prova especial em homenagem ao homem que tanto contribuiu para a caminhada da criação nacional rumo à excelência? E a resposta que me dou é recorrente: puro descaso.

O próprio Lodi, talvez a pessoa que mais conviveu com Bela Wodianer no âmbito do turfe, bem que poderia se valer de sua experiência como ex-dirigente de ambos os clubes para conseguir que a injustiça seja reparada.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Mico indigesto
Desde que chegou a Porto Alegre para ser aprendiz de jóquei, Odinei Serrão é a escolha natural dos colegas para gozações. Muito provavelmente por causa de sua personalidade jovial e afável, capaz de absorver qualquer tipo de brincadeira. E também por influência, talvez, de sua cabeleira ruiva, cor de fogo. Nesses muitos anos de amizade com Foguinho, nunca o vi perder a tramontana por causa de uma gozação, ainda que de mau gosto.
Parece que, dessa vez, no entanto, meu amigo pagou um mico indigesto. Também , pudera! Ele só foi perceber que a potranca La Jaskie, comprada em leilão por uma penca de amigos ao Haras Nova Vitória, estava grávida só depois de fazê-la aprontar 300 metros, a pau. No dia do apronto, alertado pelos colegas de que a filha de Mig estava muito gorda, retrucou: “Que nada, ela está precisando é de serviço”.
Estava mesmo precisando de pau a La Jaskie, mas não para desatar carreira, e sim para parir. Foi o que ela fez tão logo se livrou do cansaço do apronto. Sem a ajuda de veterinário, deu a luz a um lindo potrinho, em plena cocheira.
Agora, a questão é como resolver uma provável pendência legal. La Jaskie volta para o haras de origem? Ou os compradores aproveitam a oportunidade do 2 em 1?
Se eu bem o conheço, Foguinho já está pronto para outra. E provavelmente à procura de algum mico alheio para devolver as gozações.

terça-feira, 5 de agosto de 2008


Pavão e seu carma

Pavão, com os seus 130 quilos, é figura carimbada das rodas turfísticas de Porto Alegre e meu amigo de longa data, mas, também, um dos que mais situações inusitadas já viveu relacionadas a uma proverbial falta de sorte em qualquer tipo de jogo. Pinçei uma de sua coleção, contada pelo próprio.

Como tu sabes, meu ódio ao Grêmio é tão grande ou até maior que o meu amor pelo Inter. Já nem sei direito o que mais me deixa feliz, se uma vitória do colorado ou uma derrota do tricolor.

A chamada batalha dos Aflitos, que definiria qual dos dois (Grêmio ou Náutico) voltaria pra a Série A, foi a oportunidade que eu esperava para jogar uma pá-de-cal na tumba daquele clubezinho da Azenha. Por coincidência, a caminho da agência de apostas da Alfredo Bins, dei uma parada na banca do Tatu e percebi que ele estava vendendo foguetes, justamente a matéria-prima de que estava precisando. Comprei o necessário com 20 dos 70 reais que tinha no bolso, guardando os outros 50 para uma aposta com algum incauto ‘inimigo’. Dona Janete, vendedora de pules da agência, ficou encarregada de guardar o embrulho, sem imaginar o que estava dentro.

Começa o jogo e lá pelas tantas penalty para o Náutico. Esfrego as mãos de contentamento. Mas, não é que o neguinho desperdiça? Quase vou à loucura. Os fados parecem estar a meu favor, penso. Outra penalidade máxima e essa seguida da expulsão de três jogadores do Grêmio. Como escapar disso? Não agüento: antes mesmo da cobrança, procuro dona Janete, pegi a caixa, desço as escadas a galope e faço a festa na calçada, estourando os foguetes.

O resultado todos sabem. O Grêmio voltou para a série A, fiquei sem minha rica graninha e ainda tive de agüentar por horas a gozação de uns tantos gremistas ensandecidos. Ás vezes, sonho que estou sendo linchado por torcedores do Náutico, inconformados com a minha capacidade de canalizar tanto azar”.

Se você acha que tudo isso serviu de lição ao Pavão, mude de idéia. Não faz muito, fiquei sabendo que “o gordo” perdeu a grana reservada para trifetas e quadrifetas em uma aposta santa, a favor do Coritiba contra o Grêmio.