terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

No escurinho do Bonfim

Os jóqueis João e José Beça Paulielo, gêmeos idênticos, passaram muitas vezes um pelo outro, toda vez que lhes interessava a troca de identidade. Mas, substituírem-se em corrida, com sucesso, foi a glória.

A troca aconteceu no antigo prado do Bonfim. Nas palavras de João Paulielo, a coisa se deu assim: “Osório, um cavalo manhoso de São Vicente, fora inscrito em Campinas justamente numa semana em que o Zé estava suspenso. Assinei a montaria e me preparei para a viagem a Campinas. Antes do embarque, porém, meu irmão apareceu e disse em tom que não admitia réplica. ‘Eu é que vou pra Campinas. Com você, o Osório é capaz de nem largar’.

E assim foi, Zé apareceu no prado como se fosse o irmão João, montou Osório e voltou para casa com a vitória e um bom maço de notas. “No dia seguinte, ele me disse, rindo muito: ‘Sabe aquela clausura onde ficam os jóqueis? É um verdadeiro breu, ninguém enxerga nada. E no padoque nem perceberam que o bicho estava de bridão quando deveria ir de freio’.

A partir daí, João Paulielo passou a acreditar que, no Bonfim, à noite, todos os jóqueis eram pardos.

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